8 – O RELACIONAMENTO SAUDÁVEL ENTRE MARIDO E MULHER
(19-04-2017)
Introdução: Pedro já nos ensinou verdades preciosas sobre o nosso comportamento como cidadãos, obedecendo as leis e as autoridades constituídas e também nosso papel como servos de trabalhar para os outros como se fosse para o Senhor. O ensino do apóstolo agora é para a esfera do relacionamento íntimo do casal.
- A FAMÍLIA PRECISA SER DEFENDIDA
- A FAMÍLIA ESTÁ NO CENTRO DOS INTERESSES DE DEUS, E TAMBÉM DO MALIGNO
- RESGATE DA DIGNIDADE DA MULHER: Pedro começa com as mulheres e dedica a maior parte do tempo a elas. Isso porque as mulheres enfrentavam mais dificuldades culturais que os homens, especialmente em casamentos mistos. A cultura prevalente (judaica, grega e romana) dava aos homens todos os privilégios e às mulheres todos os deveres. A fé crista, entretanto, provocou uma verdadeira revolução nesse particular. A mulher não é uma coisa, mas uma pessoa; não é uma escrava, mas uma princesa livre; não é inferior, mas digna de toda honra.
Texto Bíblico: 1 Pedro 3.1-8
1 Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher,
2 observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.
3 A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas.
4 Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranqüilo, o que é de grande valor para Deus.
5 Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, que colocavam a sua esperança em Deus. Elas se sujeitavam a seus maridos,
6 como Sara, que obedecia a Abraão e lhe chamava senhor. Dela vocês serão filhas, se praticarem o bem e não derem lugar ao medo.
7 Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.
8 Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes.
1 - AS ATITUDES DA MULHER CRISTÃ
“Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.” (1 Pedro 3.1,2)
A Palavra de Deus normatiza os princípios que devem reger o relacionamento conjugal. Pedro dá diretrizes claras às mulheres cristãs. Destacamos aqui algumas lições.
1º - A SUBMISSÃO DA ESPOSA AO MARIDO É UM MANDAMENTO. “Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos... (3.1a).
HIERARQUIA: O que Pedro está ensinando não é uma submissão servil, própria de alguém sem caráter, mas um despojamento voluntário do eu. A palavra “submissão” é um termo militar que significa “sob uma hierarquia”. Deus estabeleceu na criação vários níveis de autoridade: Deus é o cabeça de Cristo, Cristo é o cabeça de todo homem, e o homem é o cabeça da mulher (1Co 11.3; 1Pe 1.13,14).
PARCERIA SIM, INFERIORIDADE NÃO: A idéia de submissão não é de inferioridade, competição ou rivalidade, mas de parceria. A mulher foi criada por Deus para ser auxiliadora idônea, ou seja, aquela que olha nos olhos e corresponde ao homem física, emocional e espiritualmente. O homem e a mulher foram feitos pelo Criador à sua imagem e semelhança. Homem e mulher são um em Cristo Jesus (G1 3.28).
COMO AO SENHOR: A submissão da esposa a seu marido é como ao Senhor e por causa do Senhor. Uma vez que a esposa é submissa a Cristo, ela se submete a seu marido. A autoridade do marido sobre a esposa é delegada a ele pelo próprio Deus. Assim, quando uma mulher insurge-se contra a autoridade do seu marido, está opondo-se ao próprio Deus.
Antes de prosseguirmos, precisamos dizer o que SUBMISSÃO NÃO É.
1. SUBMISSÃO NÃO É INFERIORIDADE. O apóstolo Paulo deixa isso claro em 1Coríntios 11.3: Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus. O Filho tem a mesma substância do Pai. Em nenhum lugar das Escrituras, a Bíblia fala que Jesus Cristo é inferior a Deus Pai. Contudo Cristo submeteu-se ao Pai, sem jamais ser inferior ao Pai. Do mesmo modo, o marido é o cabeça da mulher; e nem por isso a mulher é inferior ao marido.
2. SUBMISSÃO NÃO É SUBSERVIÊNCIA. A submissão da esposa a seu marido não é cega. Tem limites. A esposa não está obrigada a obedecer ao marido quando este se insurge contra os princípios de Deus. O preceito divino é: ... Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29b).
3. SUBMISSÃO NÃO É STATUS DE GÊNERO. Pedro diz que as mulheres devem ser submissas a seu próprio marido, e não a qualquer homem. O gênero feminino não é inferior ao gênero masculino.
Vale a pena ressaltar que esse tem sido um assunto extremamente delicado em nossos dias, por causa de DOIS EXTREMOS.
A MULHER NÃO É INFERIOR: Muitos líderes religiosos esforçam-se para reduzir a mulher a uma posição inferior àquela que Deus lhe deu. É importante destacar que a mulher foi criada à imagem e semelhança de Deus tanto quanto o homem (Gn 1.27).
A MULHER POSSUI A MESMA DIGNIDADE em Cristo que o homem, pois em Cristo não pode haver homem nem mulher (Gl 3.28).
ALGUMAS IGREJAS PROIBEM AS MULHERES ATÉ MESMO DE ORAREM EM
PÚBLICO. Hoje, em nome de Deus, tem-se negado às mulheres o privilégio de orar em público e pregar a Palavra de Deus. Mas o profeta Joel disse que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a carne e, nesse tempo, os filhos e as filhas profetizariam (Joel 2.28). No Pentecostes, essa promessa foi cumprida e, todos os 120 discípulos que estavam no cenáculo foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar sobre as grandezas de Deus (At 2.1-4). Entre esses 120 estavam Maria e outras mulheres (At 1.14). Vemos no Novo Testamento que as filhas do diácono Filipe eram profetisas (At 21.8,9) e o dom de profecia é exatamente o dom de anunciar a Palavra de Deus (Rm 12.6; ICo 14.1-3; IPe 4.10,11; 2Tm 3.14-16).
A mesma Bíblia que estabelece a ordenação para os ofícios sagrados apenas para os homens também concede às mulheres o privilégio de pregar a Palavra. A história do cristianismo está repleta de relatos vívidos de santas mulheres que foram missionárias e contribuíram com o avanço do reino de Deus, colocando seus dons à disposição do Senhor para a edificação da igreja. Não podemos amordaçar as mulheres na igreja de Deus e reduzi-las ao silêncio quando Cristo as libertou e também as enviou ao mundo com a mensagem da reconciliação.
Os defensores dessa posição evocam os textos de 1Coríntios 14.34,35 e 1Timóteo 2.11-15 para fundamentarem seu argumento. O contexto, porém, revela que Paulo está proibindo as mulheres de exercerem autoridade sobre o marido.
O ESPÍRITO SANTO É DADO A TODOS, HOMENS E MULHERES: Não podemos usar esses dois textos para impedir as mulheres de anunciar a Palavra de Deus, contrariando o ensino geral das Escrituras. O profeta Joel deixou claro que as mulheres receberiam o Espírito e profetizariam: E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão...(Joel 2.28a). No cenáculo, homens e mulheres estavam reunidos em oração aguardando a promessa do Pai. Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele (At 1.14). No dia do Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre todos que estavam no cenáculo (homens e mulheres), e todos ficaram cheios do Espírito Santo. Vejamos o relato de Lucas: Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem (At 2.4).
Paulo diz que as mulheres podiam profetizar no culto público: Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada (ICo 11.5). Em ICoríntios 14.3, o apóstolo define bem o que significa profetizar: “Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando”. Paulo é categórico em assegurar que a profecia era a exposição da Palavra: ...se profecia, seja segundo a proporção da fé (Rm 12.6b). A fé, aqui, é o conteúdo da verdade (Jd 3). Nesse mesma linha, o apóstolo Pedro diz: Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus... (IPe 4.1 la). Para que não fique dúvidas de que a profecia era a pregação da Palavra de Deus, Paulo afirma: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16,17). As mulheres podiam profetizar, e profetizar é falar da parte de Deus, expondo as eles as Escrituras.
NÃO CONFUNDA SUBMISSÃO COM SUBSERVIÊNCIA.
Há aqueles que, inclusive, defendem que a submissão da esposa ao marido deve ser incondicional, uma vez que é o marido quem deve arcar com as conseqüências dessa obediência cega da esposa. Para dar legitimidade a
NÃO TRANSIGIR COM A VERDADE – NÃO MENTIR: Em momento nenhum, as Escrituras nos ensinam a transigir com a verdade em nome da submissão. A submissão do cidadão ao magistrado, do empregado ao patrão, da esposa ao marido e dos filhos aos pais tem limites. E uma falsa interpretação das Escrituras dizer que a mulher deve sujeitar-se ao marido, mesmo quando ele está errado e mesmo quando exige da esposa aquilo que fere sua consciência iluminada pela verdade de Deus. E um mau uso da Bíblia exigir que a mulher peque contra Deus para se sujeitar a seu marido. O princípio bíblico nesses casos é claro: ... Antes, importa obedecer a Deus que aos homens (At 5.29). E uma distorção da verdade evocar o comportamento infeliz de Abraão e Sara no Egito para justificar a obediência servil da esposa ao marido. Não podemos aceitar essa tendência machista, que distorce a verdade, fere a dignidade da mulher, empalidece o casamento, enfraquece a família e conspira contra a igreja de Deus. Fujamos dos extremos. Eles são uma distorção da verdade e uma caricatura do verdadeiro cristianismo.
O SEGUNDO EXTREMO É O FEMINISMO
FEMINISMO SE ALIMENTA DO LIBERALISMO TEOLÓGICO: O movimento
feminista vem na esteira do liberalismo teológico.
Se o machismo retira das Escrituras o que Deus concedeu às mulheres, o feminismo acrescenta o que Deus não outorgou às mulheres.
De acordo com R. C. Sproul, desde que o movimento feminista varreu o Ocidente, o machado tem sido colocado na raiz do significado deste texto. Argumentam que a interpretação tradicional do texto tem sido controlada pelo incurável chauvinismo que controla a mente dos eruditos. O movimento feminista quer libertar esse texto daquilo que chamam de tirania do domínio masculino.
CULTURA DA ÉPOCA OU DOUTRINA? - Argumentam ainda que tanto o ensino de Paulo (Ef 5.22-24) sobre o casamento como estas palavras de Pedro (3.1-6) refletem apenas a cultura da época e por isso não podem ser aplicadas aos nossos dias.210
Outro texto distorcido pelo movimento feminista é Gálatas 3.28: Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. Alega-se que as distinções culturais entre homem e mulher, judeu e grego, e escravo e liberto, foram canceladas em Cristo. Consequentemente, não há mais necessidade das mulheres serem submissas a seu próprio marido. Obviamente, Paulo não ensinou isso. Quando Paulo tratou desse assunto em Gálatas 3.28, tinha a redenção em mente. Em termos de redenção, não há nenhuma diferença entre homem e mulher, judeu e grego, escravo e liberto. Todas essas barreiras foram derrubadas ao pé da cruz. Os homens são justificados pela fé assim como as mulheres o são. Os judeus são justificados pela fé somente assim como os gregos o são. Os patrões são justificados pela fé somente assim como os escravos o são. Esse é o claro ensino de Paulo, confirmado por dois mil anos de interpretação bíblica.
FUNCIONALIDADE E NÃO INFERIORIDADE: Deus constituiu o homem como cabeça da mulher (ICo 11.3). Isso não é inferioridade; é apenas funcionalidade, uma vez que também Deus é o cabeça de Cristo e Cristo é coigual, coeterno e consubstanciai com o Pai (Jo 10.30). A esposa deve ser submissa ao marido como a igreja é submissa a Cristo (Ef 5.22-24), e isso não é desonra, pois quanto mais a igreja obedece a Cristo mais gloriosa ela é.
NÃO É PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: A submissão não é privação de liberdade, pois quanto mais a igreja é sujeita a Cristo mais livre ela se sente. O feminismo é uma linha de pensamento que conspira contra o projeto de Deus e quer ser mais sábio que Deus. Pensando estar em favor da mulher, promove sua ruína.
SEJA FEMININA E NÃO FEMINISTA: FEMINISMO É REBELIÃO CONTRA DEUS: O feminismo fragiliza a mulher, põe a família numa rota de colisão e ainda insurge-se contra Deus.
Continua........................
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