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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

SÉRIE 1 PEDRO: 11 – O CRISTÃO E OS SOFRIMENTOS


11 – O CRISTÃO E OS SOFRIMENTOS
(10-05-2017)
Introdução: A vida nos reserva momentos bons e momentos ruins. O sofrimento humano tem sido objeto de inúmeros livros, pesquisas e investigações. Saber explicar as razões do sofrimento é um grande desafio para qualquer um de nós. No texto de hoje, o apóstolo Pedro escreve como um legítimo pastor, passando orientações aos crentes para que saibam suportar e lidar com o sofrimento, especialmente aqueles que passamos por causa do evangelho de Cristo.

Texto Bíblico: 1 Pedro 3.13-17

13 Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem?
14 Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. "Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados. "
15 Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.
16 Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias.
17 É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal.

1 – A CORREÇÃO PREVINE A PUNIÇÃO

“Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? (3.13).

SEJA ZELOSO: A palavra “zelosos” tem a mesma raiz de “zelotes”, extremistas políticos que se rebelavam contra o poder romano. Pedro, porém, não está exortando os leitores a se tornarem extremistas políticos, mas a investirem sua energia fazendo o bem. O que Pedro está dizendo é que devemos amar o bem com mesma paixão com a qual o fanático patriota ama seu país.

PRATICAR O BEM: Fazer o bem, ser honesto nos negócios, ser fiel a Deus e nos relacionamentos, ser leal com os amigos e superiores e ser correto nos seus negócios deve ser a prática do cristão que deseja dar bom testemunho e não quer ser sofrer condenação ou ser maltratado. As autoridades são ministros de Deus para promover o bem e coibir o mal (Rm 13.4). Quando alguém age com integridade deve receber os louvores da autoridade. 


FAÇA UMA BOA SEMEADURA: A lei da semeadura é implacável. A palavra nos afirma: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)

2 – A ALEGRIA NO SOFRIMENTO

Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados (3.14). 

SOFRER PELA JUSTIÇA: No tempo de Pedro, os cristãos começaram a sofrer por causa da justiça. Os pagãos falavam mal deles. Seus bens eram confiscados. Eles foram dispersos e perambularam pela terra como peregrinos e forasteiros. Mesmo passando por esse fogo ardente, os cristãos deveriam exultar, pois eram bem-aventurados. No passado, o mesmo havia acontecido com os profetas de Deus (Mt 5.12). Jesus foi categórico em afirmar: Bem- aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é reino dos céus (Mt 5.10). Quando fazemos o bem e recebemos o mal em troca, Deus nos fortalece, nos consola e nos alegra. 

Ilustração: Policarpo de Esmirna foi um bispo da igreja de Esmirna do século II. Quando Policarpo foi preso em Esmirna por causa de sua fé, o procônsul romano prometeu soltar-lhe se ele negasse sua fé e blasfemasse contra Cristo. Policarpo respondeu: “Há 86 anos tenho servido a Cristo e ele jamais me desamparou. Como posso agora blasfemar contra o meu Rei e Salvador?”

De fato, bem-aventurados são os perseguidos por causa da justiça, porque, embora tombem na terra como mártires, levantam-se no céu como príncipes.

Deus tem nos poupado da perseguição aqui no Brasil. E o que temos feito com a liberdade religiosa que temos? Estamos focados em engrandecer o nome de Cristo ou distraídos com os atrativos do mundo?
  • ORE PELA IGREJA PERSEGUIDA
  • CONSAGRE-SE DIARIAMENTE A DEUS. SEJA UM CRISTÃO CONTAGIANTE. 
  • INFELIZES QUE SÃO FELIZES: As bem-aventuranças que Jesus anunciou, e que Pedro está citando, revelam um novo conceito de “felicidade”. Aqui, são os infelizes deste mundo que são “felizes”, aqueles que anseiam por “dias bons”, como vimos (3.10), mas que na sua luta pela paz (3.11) e pela justiça (2.24), não obtêm os que buscam, mas só a perseguição e o sofrimento.248

Nem sempre Deus nos livra do sofrimento, mas sempre nos capacita e nos instrumentaliza quando passamos pelo sofrimento. Não estamos dizendo com isso que o sofrimento é essencialmente bom ou que as circunstâncias que nos atingem, em si mesmas, são boas. O que estamos afirmando é que Deus transforma as circunstâncias doloridas da vida em ferramentas para o nosso bem. Do meio das lágrimas da dor brota a alegria de ver Deus glorificado em nossas experiências. Foi assim com José no Egito. Seus irmãos intentaram o mal contra ele, mas Deus o transformou em bênção (Gn 50.20).
Pedro tem uma abordagem semelhante de Tiago: “Meus irmãos,tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tiago 1.2).

3 – DEFENDA A SUA FÉ

Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. (3.15). 

BOM TESTEMUNHO DIANTE DA INJUSTIÇA: A injustiça e o sofrimento não devem levar-nos à revolta e à murmuração, mas ao testemunho. O sofrimento é uma oportunidade para a defesa da fé cristã. 

APOLOGIA – DEFESA DA FÉ: Os cristãos não devem temer a seus inimigos,
mas a Deus, submetendo-se ao senhorio de Cristo e dando explicações consistentes e eloquentes de sua fé. Santificar a Cristo é honrá-lo como Senhor, reconhecendo seu senhorio sobre o mundo e sobre as circunstâncias da vida, inclusive a perseguição e o sofrimento. Os cristãos devem estar preparados. E não apenas dispostos, mas também habilitados para falar sobre Cristo. Precisamos conhecer a verdade para sermos obreiros aprovados. Devemos demonstrar habilidade de responder a todos que nos perguntam sobre nossa fé em Cristo (Cl 4.6).
O sofrimento produzido pela perseguição é uma porta aberta para o testemunho cristão. A disciplina da apologética cristã encontra sua clássica e bíblica fundamentação neste versículo. A palavra grega apologia é aqui traduzida como “responder”. O papel da apologética é prover uma defesa intelectual da verdade proclamada pelo cristianismo.

OPORTUNIDADE PARA TESTEMUNHAR:  A firmeza doutrinária e o conhecimento da palavra nos darão as condições para defendermos a nossa fé. Quando consagramos num ato de devoção nosso coração ao senhorio de Cristo, ficamos preparados para dar uma explicação inteligente da nossa fé. Mente e coração, razão e sentimento caminham juntos nessa defesa da fé cristã.

4 – A POSTURA DIANTE DO SOFRIMENTO

Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias.  É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. (3.16,17). 

CUIDADO COM AS PALAVRAS: Há uma postura adequada a esse testemunho. Numa situação de ansiedade e animosidade, palavras podem ser ditas de uma forma que dissipe a eficácia que poderiam ter. O cristão perseguido e preocupado com a sua vida e a vida de sua família, ou com seu patrimônio, facilmente pode deixar de dar testemunho ou então fazê-lo de forma indevida.

COM MANSIDÃO E RESPEITO: Sem agressividade. A apologética cristã jamais pode ser feita num ambiente de soberba e arrogância. Os cristãos devem dar razão da sua esperança com conhecimento, mansidão, reverência e piedade, pois o propósito não é ganhar uma discussão, mas ganhar uma alma. 

SOMOS TESTEMUNHAS, E NÃO ADVOGADOS DE ACUSAÇÃO. Devemos ter boa consciência. A consciência é o árbitro interior que nos aprova ou nos censura. Uma “boa consciência” nos acusa quando pensamos ou fazemos algo errado, e nos aprova quando fazemos algo certo. A vida do cristão precisa ser coerente. Ele não pode dizer uma coisa e fazer outra. Não pode demonstrar uma santidade em público e viver no pecado em secreto. Sua vida deve ser o avalista de suas palavras.

O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO: Nem sempre Deus nos livra do sofrimento e
da injustiça humana. Porém, quando nos permite passar por essas circunstâncias, é porque tem um propósito elevado: amadurecer-nos e promover sua própria glória. Kistemaker diz que o cristão que sofre injustamente enquanto faz boas obras sabe que Deus está no controle e que a providência divina guiará sua vida até o seu destino final. O próprio Pedro escreve: Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome (4.16).

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