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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

SÉRIE 1 PEDRO: 10 – O CRISTÃO E SEUS RELACIONAMENTOS


10 – O RELACIONAMENTO DO CRISTÃO COM A IGREJA
(03-05-2017)
Introdução: Nas mensagens anteriores vimos que Pedro escreveu a respeito de 4 assuntos: O CRISTÃO COMO CIDADÃO (2.11-17), O CRISTÃO COMO TRABALHADOR (2.18-25), O CRISTÃO COMO CÔNJUGE (3.1-7) e hoje vamos estudar a abordagem que ele faz do CRISTÃO COMO MEMBRO DA IGREJA (3.8-12). O apóstolo deixa de falar a grupos específicos dentro da igreja para falar a todo o povo. 

Texto Bíblico: 1 Pedro 3.8-12
8 Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes.
9 Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança.
10 Pois, "quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade.
11 Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.
12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal".

1 - RELACIONAMENTO COM OS IRMÃOS

“Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. (3.8). O relacionamento de uns com os outros é um dos grandes desafios da vida cristã. Onde houver “gente”, haverão conflitos, desavenças, divergências de pensamentos e de opiniões. Saber lidar com as diferenças e amar o próximo é uma tarefa árdua, porém, se queremos ser verdadeiros cristãos, precisamos aprender essa lição.
 Amar os irmãos pode se tornar uma tarefa árdua. Saber conviver com alguém que é totalmente diferente da gente, não é fácil.Para nos auxiliar, nesse verso Pedro nos recomenda algumas atitudes repletas de sabedoria:
  • A UNIDADE DE PENSAMENTO. A unidade da igreja não é sinônimo de uniformidade, mas de cooperação em meio à diversidade. Somos um corpo com diferentes membros. Não competimos uns com os outros; cooperamos mutuamente. Entre os membros da igreja de Deus não deve existir partidarismo nem vanglória. Em vez de pensar apenas no que é propriamente seu, cada irmão deve pensar no que é do outro, em como honrá-lo. 

Certamente o que Pedro está dizendo é que, com respeito a Cristo e sua obra, devemos ter a mesma convicção. Essa convicção nos é dada pela Palavra de Deus. Que as diferenças não dividam, mas enriqueçam a igreja. Assim, ele exorta os crentes a “viver em harmonia”.
Poderíamos sintetizar esse ponto com a conhecida expressão: 
“NAS COISAS FUNDAMENTAIS, UNIDADE; 
NAS COISAS NÃO ESSENCIAIS, LIBERDADE; 
E EM TODAS AS COISAS, CARIDADE”.

  • A COMPAIXÃO. ... COMPASSIVOS... Compaixão é sentir o que o outro está sentindo, é ver a vida com os olhos do outro. A Palavra de Deus ensina a nos alegrarmos com os que se alegram e a chorarmos com os que choram (Rm 12.15). Diz ainda: De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam (ICo 12.26). 
  • O AMOR FRATERNAL. ... amem-se fraternalmente (3.8). O amor entre
    os membros da igreja deve ser o mesmo amor que existe entre os irmãos de sangue. Amamos nossos irmãos não por causa de suas virtudes, mas apesar de suas fraquezas. Não os amamos por causa de seus méritos, mas apesar de seus deméritos. William MacDonald, diz corretamente: “O verdadeiro amor não se origina necessariamente das emoções, mas da vontade; não consiste naquilo que sentimos, mas naquilo que fazemos; não se prova pelo sentimento, mas pela ação; não se mostra por palavras doces, mas por ações nobres e obras abnegadas.”
  • A MISERICÓRDIA. ... MISERICORDIOSOS (3.8). Misericórdia é não dar a alguém uma punição merecida. É inclinar o coração diante da miséria de outra pessoa, mesmo quando ela é desprovida de qualquer merecimento. Jesus tratou os publicanos e pecadores com gentileza. Não esmagou a cana quebrada nem apagou a torcida que fumega. Tocou os leprosos, abraçou as crianças, comeu com os pecadores. Não há cristianismo onde não existe misericórdia.
  • A HUMILDADE. ... HUMILDES (3.8) Humildade é descer do pódio da
    vaidade e honrar o irmão, considerando- -o superior a si mesmo. Humildade não é ser pequeno, mas considerar-se como tal. O apóstolo Paulo escreve: que não pense de si mesmo além do que convém (Rm 12.3). Os símbolos da humildade são a toalha e a bacia. Há um ditado popular que diz: “Lata vazia faz barulho”. Um restolho chocho jamais se dobra, mas a espiga prenhe de grãos se curva. No reino de Deus a pirâmide está invertida. Ser grande é ser pequeno. Ser o maior é ser servo de todos. A humildade é o portal da honra.


2 - O RELACIONAMENTO COM OS INIMIGOS 
“Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança.” (3.9)
A reação transcendental. O verdadeiro cristianismo é vivido na segunda milha, no oferecer a outra face. Os cristãos dispersos da Ásia Menor estavam sendo perseguidos e espoliados. Seus inimigos falavam mal deles e lhes faziam mal. Em vez de pagarem na mesma moeda, os cristãos deveriam pagar o mal com o bem; em vez de responder as afrontas com injúria, deveriam abençoar seus inimigos e bendizer a Deus pelo sofrimento. Os apóstolos ouviram de Jesus: Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,(Mt 5.44b). Paulo já havia ensinado: Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. (Rm 12.17a) e dado seu testemunho: ... Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente (1 Coríntios 4:12,13). 
Retribuir o bem com o mal é perversidade; retribuir o bem com o bem ou o mal com o mal é justiça; mas retribuir o mal com o bem é graça. 
FOMOS CHAMADOS PRA ISSO – SOMOS EMBAIXADORES DO CÉU – AINDA EXISTE UMA CRUZ PRA CARREGAR. A bênção celestial. O sofrimento faz parte da vida do cristão, que foi chamado para enfrentá-lo. Aqueles que sofrem por causa da justiça recebem como herança bênçãos celestiais. 

3 - A POSTURA DO CRISTÃO DIANTE DA VIDA
“Pois, "quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.” (3.10,11)
Estamos vivendo dias difíceis. A vida nos impõe situações cada vez mais desafiadoras. Embora o cristão tenha os olhos fitos no céu, não vive de forma alienada na terra. O cristão ama a vida e deseja viver feliz, pois a vida é um dom de Deus, e os dias felizes, uma expressão da sua bondade. O cristianismo é a religião da felicidade. O nosso problema não é buscar a felicidade, mas contentar-nos com uma felicidade pequena demais, terrena demais, quando Deus nos salvou para a maior de todas as felicidades: a felicidade de amá-lo, glorificá-lo e fruí-lo. 
Pedro nos oferece quatro conselhos para experimentarmos a verdadeira felicidade. Os dois primeiros são negativos, ou seja, aquilo que precisamos evitar, o terceiro é uma ordenança negativa e uma e uma positiva, e o último é positivo, ou seja, aquilo que precisamos fazer.

1. REFREIA A LÍNGUA DO MAL. Uma língua maldosa fere como espada, destrói como fogo e mata como veneno. Não apenas as palavras, mas também os atos de um cristão devem evitar até mesmo a aparência do mal (lTs 5.22). Precisamos clamar como o salmista: Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios (SI 141.3).

2. NÃO FALE COM FALSIDADE. Falar dolosamente é esconder atrás das palavras macias uma intenção implacável. E dizer uma coisa e sentir outra. E bajular com a língua na frente e depois apunhalar traiçoeiramente pelas costas. O mal específico que Pedro tem em vista aqui é o engano. Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44). Não há verdade nele. O cristão vive na luz e anda na verdade. Sua língua, longe de ser um instrumento de maldade e engano, deve ser uma fonte que traz glória ao nome de Cristo e edificação para os irmãos.

3. AFASTE-SE DO MAL E FAÇA O BEM - Ninguém pode ser feliz no território da maldade. Onde a maldade habita, a felicidade arruma as malas e vai embora. Uma pessoa é verdadeiramente feliz quando se dedica à prática do bem.

4. BUSQUE A PAZ. A paz não é automática; precisa ser buscada. Precisamos empenhar-nos até alcançá-la. A Palavra de Deus nos exorta, repetidamente, a vivermos em paz com todos (Rm 12.18; 14.19; 2Co 13.11; lTs 5.13; 2Tm 2.22; Hb 12.14). Foi o próprio Jesus quem proferiu a bem-aventurança: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9). Obviamente, essa paz não equivale a acomodação e conivência com o erro. Não é paz a qualquer preço. Os falsos profetas diziam para o povo “Paz, paz” apenas para anestesiá-los em seus pecados (Jr 6.14). O mundo fala em paz, mas investe mais na guerra. As nações firmam tratados de paz, mas se rebelam contra o Príncipe da Paz.

4 – NOSSA VIDA DE ORAÇÃO

“Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal".
Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males (3.12). Uma igreja perseguida precisa entender que Deus está atento às suas orações. Deus vê e ouve. Nossa causa não passa despercebida aos olhos daquele que a todos sonda. Aqueles, porém, que se entregam à prática da maldade terão de enfrentar a ira do Todo-poderoso. Kistemaker diz com razão que o contraste aqui é claro, pois Deus vê as obras do povo justo e vê aqueles que praticam o mal. Nada escapa de suas vistas. E que ninguém pense que Deus não se importa. Aqueles que se deleitam em fazer o mal não têm em Deus um amigo, mas um adversário.245 Uma boa ilustração para este versículo se encontra em Atos 12. Pedro estava preso e Herodes se assentava garbosamente no trono. A igreja orava por Pedro e Herodes aguardava o fim da festa da Páscoa para matar Pedro. O anjo de Deus foi enviado para libertar Pedro e ferir mortalmente Herodes. Os olhos de Deus repousavam sobre Pedro e seus ouvidos estavam abertos às súplicas da igreja, mas o rosto de Deus estava contra Herodes.


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